Daniel Negreiros da Redação do União Online
REDE UNIÃO: A polícia federal, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu inicio nas primeiras horas desta sexta-feira (27) mega operação de busca-apreensão no gabinete do governador do Distrito Federal e em mais de 20 lugares. O governador Arruda vem sendo investigado por comandar uma quadrilha, acusada de corrupção ativa e passiva, prevaricação, fraude em licitação, cobrança e recebimento de propina.
A Rede União foi pioneira na divulgação dos detalhes da operação que envolve mais de 300 policiais federais. O secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa assume protagonização do escândalo político. Barbosa foi o responsável pelas gravações de uma fita de vídeo na qual o governador do DF José Roberto Arruda (DEM) recebe uma suposta propina de R$ 400 mil que seria distribuída à sua base aliada na Câmara Legislativa.
A fita foi anexada ao inquérito da Polícia Federal que desencadeou a Operação Caixa de Pandora, que investiga a cúpula do governo do DF e da Câmara Legislativa. As apurações da PF chegaram a um desvio de R$ 60 milhões em obras, contratos de informática de diversas secretarias do Governo do Distrito Federal além de licitações.
Barbosa é ex-delegado da Polícia Federal e foi um antigo aliado do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), do Distrito Federal, que hoje trabalha para o atual governador José Roberto Arruda (DEM) e resolveu colaborar com a PF gravando escutas ambiente e vídeos de membros do governo e deputados distritais discutindo a partilha de propina.
Durval concordou em colaborar com as investigações em troca de uma punição mais branda em outro caso de corrupção, ocorrido no governo de Joaquim Roriz, revelado pela Operação Megabyte. Em pelo menos uma das gravações feitas pelo assessor Durval Barbosa, em colaboração com a Polícia Federal, ele trata com Arruda sobre o destino de R$ 400 mil. O despacho do ministro Fernando Gonçalves informa ainda que o "colaborador" da PF disse terem sido entregues a deputados distritais outros R$ 200 mil.
Durval Barbosa já trabalhou na Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central) no mandato do ex-governador Joaquim Roriz, histórico adversário político de José Roberto Arruda. Além da "delação premiada", Barbosa também será beneficiado pelo Programa de Proteção a Testemunhas, do Ministério da Justiça.
Também são alvo da PF as seguintes empresas: Construtora Conbral, Linknet, Adler, Vertax e Infoeducacional.
A Operação Caixa da Pandora realiza busca e apreensão nos gabinetes e nas residências dos deputados distritais Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulisses (PSB), Pedro do Ovo (PRP) e do presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), o recém-empossado conselheiro do Tribunal de Contas do DF, Domingos Lamoglia, o chefe da Casa Civil do GDF, José Geraldo Maciel, o secretário de Educação, José Luiz Valente, o chefe de gabinete Fábio Simão e o assessor de imprensa Omézio Pontes.
E MAIS:
*A assessoria do Governo do Distrito Federal anunciou ainda nesta sexta-feira (27) a exoneração do secretário de Durval Barbosa. Além de Barbosa, foram exonerados o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, o secretário de Educação, José Luiz Valente, o chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, e o assessor de imprensa do governador, Omézio Pontes. Todos são investigados pela Polícia Federal.
**A Polícia Federal apreendeu R$ 700 mil em dinheiro, além de US$ 30 mil e 5 mil euros durante as buscas realizadas em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte.
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