quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Em breve na sua casa: novas tecnologias

Por Stella Dauer 

Temos em nossas residências tecnologias que nossos avós e até mesmo nossos pais não poderiam imaginar que algum dia teríamos. Possuímos máquinas que nos conectam com todo o mundo e com mais uma infinidade de informações e recursos. Temos aparelhos telefônicos que podemos levar nos bolsos, e que também tocam música, enviam mensagens, tiram fotos.

 

Atualmente tudo anda mais rápido, e uma tecnologia da qual ouvimos um rumor a três anos atrás chegam ao mercado para o nosso próximo Natal. Quais são as inovações que estarão a um cartão de crédito de distância em breve?

 

Televisão 3D

Já a partir do ano que vem os primeiros televisores com capacidade de exibir imagens em 3D deverão chegar ao mercado. Empresas como a Philips, JVC, Sony e Panasonic já apresentaram protótipos e já disponibilizam alguns aparelhos para fins específicos, como a área médica.

 

Em 2010 essa tecnologia estará à venda para consumidores comuns. Os primeiros modelos a chegar devem exigir o uso de um óculos especial, feito com duas telas LCD embutidas que ligam e desligam de acordo com a imagem passada na televisão. Ao contrário de uma TV convencional, que exibe 60 imagens por segundo, a televisão 3D mostra 120 imagens, intercalando aquela que é para o olho esquerdo com aquela para o olho direito.

 

Um modelo da Philips, mostrado aqui no Brasil no começo de 2009, deve dispensar o uso dos atrapalhados óculos, mas ainda não tem previsão de chegada às prateleiras. A programação também não deve ser modificada tão rapidamente. Já existem alguns filmes que combinam com a tecnologia mas ainda são um pequeno acervo, uma vez que precisam ser filmados com uma câmera especial, ou animados com tecnologias próprias e mais caras.

 

Carros movidos à eletricidade

Imagine poder carregar seu carro ligando-o a uma tomada, ao invés de gastar horrores com gasolina. O combustível fóssil que permite a produção da gasolina não é um bem eterno, e enquanto ele ainda não acaba os pesquisadores trataram de começar a pensar em alternativas. Entre muitas delas, o carro elétrico parece ser um dos projetos que mais deram certo, e um dos que devem chegar mais rápido ao mercado.

 

Você já anda em alguns transportes que utilizam meio alternativo para rodar. Alguns ônibus de São Paulo funcionam movidos a biodiesel e até hidrogênio, mostrando que essa já é uma tecnologia utilizada no dia-a-dia, bastando ser totalmente adaptada aos carros comuns.

 

São veículos mais silenciosos, econômicos e cujo índice de poluição do ambiente é quase nulo. Nesses carros não há motor à gasolina, silenciador, catalisador, escapamento ou embreagem, tudo é substituído por um motor de corrente alternada (CA) e um regulador elétrico que controla o novo motor. O número de baterias também costuma ser muito maior em um carro elétrico, e uma bomba de vácuo também se faz presente, para auxiliar no freio.

 

Em 2006 uma variação do Palio, carro popular da Fiat, foi apresentada no Brasil com um motor elétrico a pedido da Hidrelétrica Itaipu Binacional em parceria com a empresa suíça KWO. No segundo semestre de 2009, a montadora apresentou um mais moderno, baseado no modelo Palio Weekend. Foram produzidas apenas 21 unidades do carro, que ainda é inviável para o mercado devido ao seu elevado custo de R$145 mil, já que utiliza apenas peças importadas em sua fabricação.

 

Existem muitos outros veículos sendo produzidos no exterior, como o Chevrolet Volt e o Tesla Roadster, que apesar de também ser muito caro já está rodando na mão de mais de 300 motoristas pelo mundo.

 

WiMAX

Quando queremos acessar a internet, seja com nossos desktops, notebooks ou celulares, temos basicamente três opções: nossas conexões residenciais com ou sem fio, pontos de WiFi espalhados por aí ou a internet por celular, geralmente sob a tecnologia 3G.

 

Porém há ocasiões em que não conseguimos ter nenhuma dessas opções disponíveis, e ficamos na mão. No Brasil ainda são poucos os hotspots de internet sem fio, e menos ainda os que são gratuitos. A rede 3G, além de ainda não ser muito barata, não está presente em todo o Brasil e logicamente não funciona em locais que não pegam a rede de celular.

 

E é para resolver isso que surge o WiMAX, tecnologia de conexão sem fio com padrão aberto. Seu funcionamento lembra o de uma rede celular, pois funciona a partir de torres de transmissão centrais que enviam o sinal para torres secundárias, levando a conexão a áreas muito maiores do que as tecnologias que temos hoje, como o WiFi. Enquanto o WiFi alcança no máximo 90 metros e 11 Mbits em áreas externas, o WiMAX possui potência para chegar aos 50 quilômetros, com velocidade de até 75 Mbps.

 

Alguns celulares como o russo HTC Max já chegam ao mercado com a tecnologia WiMAX embutida. No Brasil, o internet tablet N810 da Nokia foi mostrado com WiMAX, mas não é mais fabricado. O padrão já foi homologado pela IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), alcança maiores áreas, é mais estável, mais rápido e pode substituir perfeitamente a banda larga que possuímos hoje. Então o que falta?

 

Desde 2004 empresas como a Telefônica, Vivo e Brasil Telecom já demonstraram interesse em implementar essa tecnologia, que já vem sendo testada em cidades como Brasília, Ouro Preto, Mangaratiba, Parintins, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. Para a instalação oficial do WiMAX no Brasil faltam ainda maiores seguranças regulatórias e barateamento dos equipamentos necessários.

 

O leilão das frequências 2,5GHz e 3,5GHz, as duas disponíveis no Brasil para o uso do WiMAX, ainda não tem data para ser realizado mas a Anatel informa que o assunto está na pauta de 2010. Enquanto isso Embratel, Telefônica e Oi levam seus projetos pilotos e aguardam o aval do governo.

 

Projeto Natal

Se você já fica impressionado quando vê o Wii, console de vídeo game da Nintendo que funciona com sensores que captam movimentos, certamente vai ficar de queixo caído pelo Project Natal, um projeto da Microsoft que planeja uma nova geração no mundo dos jogos eletrônicos.

 

Com colaboradores como o renomado diretor de cinema Steven Spielberg o Natal tem como ponto principal o jogo sem a necessidade de qualquer controle ou joystick, funcionando apenas com gestos do jogador em frente ao console.

Um aparelho especial com duas câmeras e um sensor infravermelho fica junto à tela do jogo e capta o movimento do jogador em três dimensões. Quando o local estiver escuro, o sensor infravermelho fará o papel de intérprete das ações da pessoa. Assim pulos, socos e chutes terão que ser feitos de forma bem convincente pelo jogador para que seu movimento seja reproduzido dentro do jogo. Um microfone reconhecerá e processará as vozes dos jogadores.

 

Além de videogame, o Natal também é um centro de multimídia e rodará músicas, fotos e vídeos armazenados no computador da residência. Para navegar entre seus arquivos é só apontar para eles, e para tocá-los ou pausá-los, gestos específicos resolverão o problema.

 

O nome Natal veio de um dos pesquisadores do projeto, o brasileiro Alex Kipman, que além de fazer uma homenagem ao seu país (Natal é a capital do estado do Rio Grande do Norte) também explicou que Natal significa nascer em latim, lembrando do novo público que a Microsoft espera trazer ao seus consoles.

 

Em andamento desde 2007 o Project Natal já distribuiu centenas de kits de desenvolvimento a inúmeros parceiros e mesmo ainda não tendo nenhuma data oficial de lançamento, acredita-se que deve estar presente nos próximos consoles da Microsoft, o XBox 360.

Tela flexível

Em um futuro não muito distante poderemos levar computadores e celulares com grandes telas dentro de pequenas bolsas ou em nossos pulsos. Como? Com as telas flexíveis.

 

As tecnologias de funcionamento dessas telas são variadas, indo desde o ePaper, muito utilizado em eBook Readers, passando por protótipos com LED e chegando no OLED, telas feitas com diodos orgânicos compostos por moléculas de carbono que emitem luz ao receberem uma carga elétrica.

 

Além de finas, algumas dessas telas já possuem inclusive resposta ao toque do usuário, gastam menos energia do que uma tela comum, têm boa leitura à luz do sol e podem ser adaptadas a quase qualquer tipo de dispositivo.

 

No Japão a empresa Shinoda surpreendeu ao mostrar uma gigante tela flexível de 145 polegadas, que além de passar imagens em alta definição pesa apenas 7,2 quilos. Outras, como a Sony, já mostraram reprodutores de mídia que são embutidos em braceletes.

 

Praticamente todas as grandes empresas já mostraram suas tecnologias de tela flexível e sua viabilidade na aplicação em produtos. Agora é só esperar notebooks, televisores, eBook readers e outros aparelhos que poderão ser enrolados e guardados em mochilas e bolsas.

Sua vida em um HD

Imagine um futuro sem papéis, sem documentos, sem esquecimentos. Tudo o que você quer (e também o que não quer) lembrar estará ao alcance dos dedos. Nada mais de arquivos gigantes com relatórios, exames médicos, históricos escolares, fotos ou vídeos. Toda a sua vida em um simples HD.

 

Sim, essa já é uma hipótese viável, e com a popularização da computação em nuvem isso está muito mais próximo do que imaginamos. O que pode parecer uma imensa invasão de privacidade é na verdade uma mão na roda. Haverá mais espaço nas casas, ou as pessoas poderão morar em locais menores porque terão muito menos para guardar, e será muito mais fácil encontrar o que se procura.

 

Caso você fique doente e precise ir a um médico, por exemplo, ele poderá ter acesso a todos os seus últimos exames e problemas médicos, assim como informações sobre seus hábitos alimentares e como você tem dormindo ultimamente. Serviços online e gratuitos como o Google Health e o Microsoft Health Vault já fazem quase tudo isso.

 

Nossos celulares, aparelhos de GPS, computadores, máquinas fotográficas e até balanças já possuem vários registros sobre nossas vidas. Falta apenas um sistema que reuna tudo isso e arrume de forma sistemática e fácil de encontrar.

 

O pesquisador Gordon Bell passou dez anos registrando e documentando cada trecho de sua vida de forma digital. Após deliberar os resultados, ele crê que esse comportamento de registro deve estar presente em nossas vidas muito brevemente.

Pagamentos via celular

O seu celular já é um item muito importante na sua vida. Ao sair de casa, além das chaves e da sua carteira, o celular é algo que você não esquece de levar com você. Com a chegada da internet móvel você já consulta saldos e extratos do seu banco, mas e se além disso você pudesse pagar coisas com o celular, eliminando o uso de cartões e dinheiro?

 

Essa é uma tecnologia que já está sendo desenvolvida e está em testes no Brasil há mais de dois anos. Com o chamado micro-pagamento você poderá pagar qualquer coisa em qualquer lugar, sejam lojas, restaurantes, bancos e até realizar pagamentos entre pessoas, serviços de entrega, vendas porta a porta, quitar boletos, etc.

 

O pagamento por celular funciona no momento da compra. O cliente envia pelo celular uma autorização da transação ao banco, que por sua vez verifica essa autorização e a repassa ao celular do lojista, que recebe uma confirmação do processo.

 

E porquê esse fabuloso sistema ainda não está em nossos aparelhos, nossas mãos, já que quase todo brasileiro possui ao menos um celular? A culpa, por incrível que pareça, não é dos bancos, que se sentem até preparados para isso, cada um com sua maneira de proteção de informações. O problema está na falta de leis em caso de fraudes, a grande diversidade de modelos de celular e a falta de padronização do serviço, além do seu elevado custo.

 

Entretanto, já temos no Brasil alguns serviços parecidos com o que veremos no futuro, como o Oi Paggo. A operadora possibilita ao usuário pagar alguns valores com o envio de um SMS, bastando recarregar o celular para possuir dinheiro. Um sistema similar ao da Oi, o Visa Mobile Pay, parceria entre a Visa, Claro, Nokia e alguns bancos também já foi anunciada para testes e os próximos a entrarem nesse mercado devem ser as empresas Vivo e MasterCard. É provável que tenhamos algo real no final de 2010.

 

Além de pagamentos, outras funções devem estar disponíveis no celular em breve. Graças a uma tecnologia de nome Near Field Communication (NFC) será possível utilizar seu telefone para se identificar em eventos, empresas e outros locais, jogar fora seu bilhete de transporte e pagar o ônibus, o trem ou o metrô com seu celular.

 

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